terça-feira, 26 de maio de 2009

" As asas de ouro e o sentimento de papelão"



Quando eu era pequena, todos os dias sonhava que flutuava baixinho, a mais ou menos um palmo do chão. E andava flutuando... Eu sonhava tanto com aquilo, que para mim parecia uma realidade. Até o dia em que percebi que não sonhava mais e que aquilo era só um sonho ou seja, eu não podia voar! Fiquei desesperada quando descobri isso, mas logo isso se acalmou e eu esqueci. Um dia antes de vir para a Índia, na casa do Tio Paulo, tudo aquilo teve um sentido, pois eu pensei: " naqueles sonhos, eu voava baixo, amanhã voarei alto..."




Mas quando vim para a Índia...



*"Ouvi dos lábios da cigana
Você se engana
É tão difícil ver na frente
com seu medo.
Durante o dia,
se você deita...
a cama feita
o inimigo espreita.
Você estremece...
mas fica mudo de horror
e treme de pavor..
Durante a noite é diferente
tá tudo escuro.
Se você pensa no futuro,
cai no sono.
E nos seus sonhos, subtamente,
a cama feita, o inimigo espreita.
Você estremece...
mas fica mudo de horror
e treme, de pavor.
No outro dia o mesmo medo
a mesma hora.
A solidão vem desde cedo
lhe devora
Não adianta, ela não passa
Qualquer que seja a reza que você faça
Porque no fundo
você não pode suportar
a hora de arriscar!"



MAS ISTO PASSOU!


Pois, eu combati o bom combate! O bom combate, segundo Paulo Coelho coloca num livro que estou lendo agora na viagem é:


" Nos tempos de antigamente, as pessoas lutavam por terras a serem conquistadas. Mas hoje as coisas mudaram e as pessoas lutam o bom combate consigo mesmas.


O bom combate é aquele que é combatido não pensando no que passou ou no que passará, e sim no processo e no que está acontecendo, independente se é bom ou ruim."



E AGORA, FINALMENTE E NOVAMENTE....


" Eu tenho asas, posso voar
posso voar bem perto, bem lá no céu
posso no ar morar
a voar, a voar."





Flora

*Obs: Quando a Flora chegou na Índia, teve uma crise de pânico e desespero e não queria nem descer do avião. Depois quando chegou em Rishikesh não queria voltar para o Brasil de jeito nenhum. As duas músicas que ela escolheu explicitam bem o antes e o depois, as duas situações na cabeça de uma menina senível de 11 anos. Ela colocou primeiramente a letra da música "Corra o risco" do primeiro lp da Olivia Biyngton de 1978, antes dela virar mais uma cantora de mpb chata e sem sal e a outra música é do genial Marcos Valle, na fase que ele já tinha rompido com a turma da bossa nova, em 1974. Duas músicas que não saiam do walk-man dela. Quem curtir música antiga pode procurar nos blogs da vida.

Cris


Um comentário:

Arundhati disse...

É importante acreditar no sonho, senti-lo, vive-lo! E fé!Ouça sempre a canção:

Que o caminho seja brando a teus pés,
O vento sopre leve em teus ombros,
Que o sol brilhe cálido sobre tua face,
na jornada do auto conhecimento!
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Nós determinamos o quanto podemos absorver do verdadeiro conhecimento, e a velocidade com que isto acontece quando ampliamos nossa receptividade interior. Grande desafio, mas cheio de possibilidades..

Lindo demais...